sexta-feira, 29 de abril de 2011

CASAMENTO DE RICO X DE POBRE



X







TRAJES

Rico: mulheres usam vestidos feitos sob medida na Black Tie. Ou de algum estilista de tapete vermelho: Oscar de La Renta, Marchesa. Sapatos Manolo Blahnik ou Louboutin. Chapéus de torneio do Jockey e joias da Tiffany complementam o visual. Homens usam smoking impecáveis feitos sob medida na Armani.

Pobre: Vestidos alugados na lojinha de roupas de festa perto de casa. Muitas vezes, primeiro aluguel. Ou mesmo vestidos de festa comprados na seção “Festa” da Renner ou C&A. Cores vibrantes e maquiagem feita com sombra azul e batom rosa complementam o visual.

IGREJA

Rico: igrejas bem decoradas, em bairros nobres. A noiva chega em um carro dos sonhos. Imprensa aguarda na porta.

Pobre: centenas de padrinhos sobem ao altar, enquanto crianças correm pela igreja, lotada. A noiva entra e todas as mulheres cochicham umas com as outras. “Olha a barriga dela, acho que está grávida”, “Que maquiagem horrível”. Minutos antes do fim da cerimônia, a igreja está vazia, pois todos os convidados já saíram, para pegar mesa no salão da festa, “antes que encha”.

FESTA

Rico: há duas equipes de filmagem. A contratada pelos noivos e a do Amaury Jr. Pessoas dançam as músicas calmas, geralmente tocadas por um pianista ou banda ao vivo. Sorrisos para as câmeras, incluindo as da revista Caras.
Pessoas sentadas observam o movimento e conversam – sempre com uma taça de champanhe na mão. As mesas são bem decoradas. Há garçons e buffet no salão chiquérrimo.

Pobre: o salão é sempre bem longe da igreja. Pessoas correm para ocupar as mesas de plástico/lata, decoradas com uma toalha e um vasinho de flor em cima, que é levado no final da festa pelas convidadas.
A música é forró ou pagodão de pingar suor. O DJ é geralmente um tio do casal. Mulheres se acabam na pista, enquanto homens quase sempre acabam com a gravata na cabeça. Crianças continuam correndo pela festa. A noiva passa de mesa em mesa para cumprimentar os convidados, que tentam fugir da câmera.

COMIDA & BEBIDA

Rico: o cardápio é geralmente preparado por um chef de um grande restaurante. Há mesas com os doces, decorando a festa. Os pratos são servidos pelos garçons, assim como as taças de Veuve Clicquot, nas mesas dos convidados.

Pobre: se não for churrasco, é sempre coxinha/risoles/bolinhos de queijo/sanduíche de carne louca. Os garçons na verdade são parentes e amigos do casal, que transitam com dificuldade pelo salão lotado de gente dançando forró.
Parentes folgados pedem para que o ‘garçom’ traga coxinha na mesa. Então, ele levanta os braços para andar com a bandeja no meio do salão, em plena multidão extasiada ao som de Calypso ou Calcinha Preta. Pessoas tentam beliscar itens da bandeja e reclamam de fome.
As coxinhas finalmente chegam ao seu destino, e logo são atacadas por pessoas famintas, que não conseguiram mesa e estão em pé, próximas ao local. O mesmo acontece com o guaraná Dolly laranja, que some em minutos.
A festa mal começou e a cerveja acaba. Parentes se mobilizam para cortar a gravata do noivo. Crianças correm pelo salão.

FINAL DA FESTA

Rico: costuma deixar o local cedo. Sai pela tangente, não se despede de ninguém, mas grava uma entrevista para o Amaury Jr., desejando felicidade aos noivos e contando sobre os novos negócios de sua empresa.

Pobre: a festa nunca termina. Os noivos, já exaustos, cumprimentam as últimas pessoas do salão. Um tio dança bêbado, com uma gravata na testa. Uma tia solteirona se acaba no forró, destruindo a maquiagem e o cabelo escovado. Parentes e amigos saem com potinhos recheados de coxinhas ou carne que sobrou. Uma tia distante pede um pedacinho de bolo para levar para os que não puderam ir. Refrigerantes são divididos entre a família. A mulher que pegou o buquê depois de disputá-lo a tapas sorri.

LUA DE MEL

Rico: na metade da festa, os noivos vão para o aeroporto, pegar um voo para Paris, Milão, Londres, Miami ou Dubai. Hotel maravilhoso e compras complementam a viagem.

Pobre: após cortar a gravata do noivo, padrinhos se juntam para ver quanto dinheiro foi arrecadado. Os noivos ainda não sabem para onde viajar, se vão para a Praia Grande ou Poços de Caldas. Noivos vão para casa.

Por Kathia Oliveira

sexta-feira, 8 de abril de 2011

HAIKAI PARA REFLETIR


Macunaíma o herói sem nenhum caráter

Viva o Brasil
Onde o ano inteiro
É primeiro de Abril
Millôr Fernades






terça-feira, 5 de abril de 2011

EMERSON GOMES: ARTE PRA QUE TE QUERO

EMERSON GOMES: ARTE PRA QUE TE QUERO

ARTE PRA QUE TE QUERO

http://escolaprofisaracati.blogspot.com/

A Profª de Portugês e Literatura Marília Costa da Escola Estadual de Esucação Profissional de Aracati, produziu com seus alunos dos 3º anos uma exposição de trabalhos sobre a semana de arte moderna de 22.


Sacudindo as estruturas
da arte tupiniquim

A Semana de Arte Moderna de 22, realizada entre 11 e 18 de fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de São Paulo, contou com a participação de escritores, artistas plásticos, arquitetos e músicos.

Seu objetivo era renovar o ambiente artístico e cultural da cidade com "a perfeita demonstração do que há em nosso meio em escultura, arquitetura, música e literatura sob o ponto de vista rigorosamente atual", como informava o Correio Paulistano a 29 de janeiro de 1922.

A produção de uma arte brasileira, afinada com as tendências vanguardistas da Europa, sem contudo perder o caráter nacional, era uma das grandes aspirações que a Semana tinha em divulgar.

Independência e sorte

Esse era o ano em que o país comemorava o primeiro centenário da Independência e os jovens modernistas pretendiam redescobrir o Brasil, libertando-o das amarras que o prendiam aos padrões estrangeiros.

Seria, então, um movimento pela independência artística do Brasil.

Os jovens modernistas da Semana negavam, antes de mais nada, o academicismo nas artes. A essa altura, estavam já influenciados esteticamente por tendências e movimentos como o Cubismo, o Expressionismo e diversas ramificações pós-impressionistas.

Até aí, nenhuma novidade nem renovação. Mas, partindo desse ponto, pretendiam utilizar tais modelos europeus, de forma consciente, para uma renovação da arte nacional, preocupados em realizar uma arte nitidamente brasileira, sem complexos de inferioridade em relação à arte produzida na Europa.

Grupo Lua Cheia em Cena


Uma sala habita a lembrança de três mulheres que aguardam por três dias a ressureição do Senhor. Reclusas elas relatam enquanto realizam os seus ofícios as cruéis lembranças do calvário do Cristo. O Grupo Lua Cheia com a peça “O Amor de Cristo” imprime uma atmosfera de tensão e espera.
As cenas se ampliam para além daquela sala estreita em que as três senhoras esperam. O texto de autoria de Marciano Ponciano que também assina a direção do espetáculo foi escrito em 2008 e levado a cena naquele mesmo ano pelo Grupo Multifaces. A montagem do Grupo Lua Cheia conta com as seguintes atrizes: Amélia Gomes, Regina Oliveira e Silvanise Ponciano; bem como as participações especiais de Vitória do Carmo e Rafael Lima.

“O Amor de Cristo” será encenado nos dias 21 e 22 de abril no Teatro Hélio Santos com início às 20h.

“Inda assim levantou a face ensanguentada/ Para firmar o passo e ir além/ Quando vê sua mãe desesperada/ Que em seu socorro vem. Lembrava do filho que amamentou/ Que nas garras do homem sobrou/ Lembrava do menino que partiu/ E tornado Messias, em seus braços caiu.” (Virginio. 2008)

sábado, 2 de abril de 2011

Poesia Marginal


A poesia marginal foi uma prática poética marcada pelo artesanal, por poetas que queriam se expressar livremente em época de ditadura, buscando caminhos alternativos para distribuir poesia e revelar novas vozes poéticas.

É um movimento cultural fundado nos anos 70, os poetas mais marcantes desta época foram Ana Cristina César, Paulo Leminski, Ricardo Carvalho Duarte (Chacal), Francisco Alvim e Cacaso. As poesias eram distribuídas em livretos artesanais mimeografados e grampeados, ou simplesmente dobrados.

Poetas, universitários e cabeludos eram caras que imprimiam no álcool do mimeógrafo as suas poesias originais. Foram poemas instigantes, carregados de coloquialidade e objetividade.

A poetisa Ana Cristina César além de escrever poemas também redigia para jornais, se suicidou aos 31 anos, em 1981. Cacaso faleceu em 1987, aos 43 anos, após uma parada cardíaca. Paulo Leminski, que adorava experimentar a linguagem dos poetas concretos, faleceu em 1989.

É importante enfatizar que não foi um movimento poético de características padronizadas, foi um momento de libertação dos termos e expressão livre num momento de repressão política nos fins da década de 60. A poesia foi levada para as ruas, praças e bares como alternativa de publicação, alternativa que estivesse longe do alvo da censura. Tudo era considerado suporte para a expressão e impressão das poesias, fosse um folheto, uma camiseta, xerox, apresentações em calçadas, etc.

Trecho de um poema sem título de Paulo Leminski :

“Eu hoje, acordei mais cedo
e, azul, tive uma idéia clara
só existe um segredo
tudo está na cara.”